Moda Solidária - coisa démodé!

Por AnaLu Oliveira
Da Cufa Goiás

Segundo o dicionário Aurélio, moda é “uso passageiro que regula, de acordo com o gosto do momento, a forma de viver, de se vestir, etc.” E de todas as modas que já vi ao longo da minha vida, a moda solidária é a mais brega que há. Por quê? É que o que você, caro leitor deve estar questionando. E eu vou explicar.

Já fez parte da moda solidária: ajudar idosas a atravessarem a rua, adotar crianças vítimas de grandes catástrofes, doar órgãos, doar alimentos às vítimas de enchentes, doar dinheiro via telefone e por aí vai. O problema cai na boca do povo, todos se mobilizam, se unem pra encontrar uma solução pra questão em pauta. O problema disso é que, passado a moda, acaba tudo. O assunto saiu de moda, se resolveu por si só, ou fica em stand by. Todos esquecem o quanto é complicado para certos idosos atravessarem as ruas, não se importam com as crianças carentes (que existem aos montes, infelizmente), cessam as doações e as pessoas continuam sofrendo. A moda vai e com ela, os hábitos, a sensibilidade, o companheirismo e a vontade de ajudar.
Em qualquer lugar do mundo, os problemas não cessam da noite para o dia. E tampouco, o surgimento de um novo sofrimento apagará o antigo. E porquê ajudar só quando tudo e todos estão com os olhos voltados para isso ou aquilo?

Não faço a menor idéia de quem lança essa moda; têm quem acredite que seja a grande imprensa, outros crêem que seja pela grande quantidade de pessoas envolvidas nesta ou naquela questão. Quem começa pouco importa. O que importa é a continuidade. O que vale é o que fica, é o que se perpetua. Não quero moda. Quero solidariedade, de forma contínua, duradoura e principalmente, sincera. Não quero saber e seguir moda. Quero seguir os passos de quem fez algo por acreditar que era possível mudar alguma coisa. Solidariedade não é roupa que podemos esquecer no canto do guarda-roupa. É ação. E toda ação gera reação. A moda não.

É isso aí.