Abre a boca, Brasil!

Copa do Mundo, possibilidade de conquistar a sexta estrela, euforia, alegria. Não há outro país que se envolva tanto com a Copa quanto o Brasil. Nesta Copa, especificamente, acontecem coisas curiosas. Enquanto as vuvuzelas fazem aquele barulho “infernal” lá na África do Sul, aqui no Brasil, muitos pedem o silêncio de alguns notáveis jornalistas e narradores. O movimento “Cala a Boca Galvão” e “Cala a boca Tadeu Schmidt”, tomou proporções gigantescas, sendo digna de nota até no New York Times.

Um movimento tão forte e combativo para calar coisas e pessoas que causam pequenos incômodos, frente ao que realmente é prejudicial. E então, me pergunto: o que aconteceria se todas estas pessoas, se todos estes tweets se voltassem para calar ou paralisar pessoas que realmente interessam? Porque, ao invés de calar o Galvão, a gente não calasse os deputados, que conseguiram aprovar um aumento de 18% em seus salários?Ou quem sabe, fazê-los abrir suas bocas e assim, serem mais honestos conosco? Ao invés de reclamar do barulho das vuvuzelas, a gente não reclamasse por não haver nenhuma negociação entre o governo e os grevistas?Pelos serviços públicos que não funcionam? Pelos crimes que ficam impunes?

Para quê fazer uma movimentação tão grande na internet, se o problema é tão simples de ser resolvido? O Galvão te incomoda? O irmão do Oscar é chato? Tem outra emissora que transmite os jogos; mude de canal. A vuvuzela te irrita? Elas fazem parte do jogo então, te restam duas alternativas: assistir o jogo ao som das vuvuzelas ou não assista ao jogo. Simples assim.

Não quero com estas palavras defender Galvão, Tadeu, políticos e muito menos as vuvuzelas. Só não acho justo ver o país do futebol levar um “chapéu” tão barato, bobo e estúpido como este. Vamos lá: abre a boca, Brasil!

AnaLu Oliveira