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28 de outubro de 2010

Bolinha de água, bolinha de papel … bolinha de neve

É domingo, o dia mais importante do ano, que na minha opinião supera o natal e a seleção de futebol na copa. Estou falando do segundo turno das eleições. Domingo daremos um capítulo final para esta novela que durou tempo suficiente para decidirmos quem morre e quem será feliz para sempre. Ou pelo menos por quatro anos.

Vou tentar ser breve porque este é o último artigo que escrevo... último? Calma, não estou imitando o Paulo Beringhs, que susto hein amigos. Este é o último artigo que escrevo  pautado em eleições e espero de todo o coração que tudo tenha valido a pena, cada palavra lida tenha somado de alguma forma, palavras estas colocadas estrategicamente ao lado das musas do Pampinha, caso contrário meus artigos não teriam sequer o título lido. E para quem sempre me pergunta, eu não conheço nenhuma dessas senhoritas, não me peçam o email delas.

Tem sido muito bom. Quero lembrar que nossas lutas pela quebra de paradigmas em relação à cultura, esporte e educação como ferramentas de prevenção às drogas e redução da violência têm ganhado cada dia mais a opinião pública, pois o povo está percebendo que abandonar nossos jovens em sua formação e depois descer a porrada neles não funciona.

Teve candidato atento dedicando parte do programa a apresentar propostas de cultura e prevenção. Coisas que considero como vitória, pois o assunto era só perfumaria nas propostas de governo. Teve candidato mudando o conceito sobre o hip hop, sobre o rock, sobre o circo e os malabaristas de rua, sobre diversas artes praticadas no maior palco do mundo, palco de piso asfaltado ou de terra batida, de meio fio ou mato à margem. Palco de onde vem os maiores aplausos e porque não dizer, a maior quantidade de eleitores.

Cumprimento a todos os agentes culturais do Estado. E mando um salve especial aos parceiros de luta pela cultura que caminharam cada passo na manifestação pela abertura do Centro Cultural Oscar Niemeyer, que em sua segunda edição, reuniu quase 3 mil pessoas na porta deste elefante branco adormecido que precisa despertar. Agradeço a você que compareceu à LIIBRA – Liga Internacional de Basquete de Rua, que está presente no Goiânia Noise, no Vaca Amarela e tantos outros festivais independentes pela cidade, mostrando que sozinhos fazemos muito, mas que com apoio e investimento do poder público podemos fazer muito mais, sob esta ótica da prevenção eficiente e de baixo custo.

Agradeço também aos candidatos, em especial aos governadoriáveis que elegantemente compareceram à Sabatina da Cultura em Goiás, promovida pela Abrafin, Cufa-GO e Pcult. Vocês mostraram a humildade necessária aos líderes para ouvir os anseios da sociedade, nesta ocasião, em favor da cultura e da juventude do nosso Estado. Mostraram suas ideias e propostas de forma democrática e fizeram compromissos com  a classe. Acreditamos que o candidato eleito, seja qual for, irá cumprir com esses compromissos assinados e registrados. Espero que tenham entendido que há uma nova geração, que devem lembrar não só de Cora Coralina, de Congadas, mas também redescobrir sua própria identidade, quem sabe mesclando a tradição goiana com a novidade dos festivais alternativos, os movimentos urbanos.

Por fim devo dizer, que apesar de algumas alfinetadas, surpreendentemente achei a disputa pelo governo de Goiás mais limpa que a corrida à presidência, que se tornou um circo, sem poderem sequer criticar o palhaço eleito, porque estão indo além no quesito palhaçada. Com ataques muitas das vezes infantis, como briga de priminhos pequeno: - Voce é bobo!  - Você que é! , e por aí vai.

Ninguém está falando mais de propostas, mas também pudera, tivemos mais de 2 meses de campanha aberta!  Acho sacanagem pedir para um comediante ficar fazendo stand up por quase 90 dias seguidos, chega uma hora que acaba o repertório. Daí o publico começa a ficar entediado e a perder a paciência com o artista e começa arremessar bolinhas de água, bolinhas de papel, pra acertar o alvo e ver se ele cai na piscina. E tudo vai virando uma bolinha de neve, porque eu ainda estou indeciso.

Dyskreto é rapper, ativista cultural e coordenador da Central Única das Favelas de Goiás  (www.twitter.com/Dyskreto)

*Artigo publicado no DM Revista do jornal Diário da Manhã, edição de quinta-feira, 28 de outubro de 2010.

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