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25 de novembro de 2010

Por tantas coisas

Amigos, fim de ano chegando, precisamos relaxar, então vou propor algo diferente hoje. Ao invés de pagar de Arnaldo Jabor, vou postar uma letra de uma canção que gravei pensando no povão, povo brasileiro, sofrido e guerreiro. Espero que gostem, com muito amor.

POR TANTAS COISAS
Piedade... isso é muito pouco. Liberdade pra quem sofre, esse é o sonho no futuro para o povo pobre. Na rua não é diferente, sobrevive o forte. Vida sem corte, realidade, pouca sorte, tentando sobreviver, buscando equilíbrio até o dia de amanhã, se Deus quer, então tô vivo. Preciso de fé, faço minha oração. na seleção natural eu to na escalação. No meu campo não tem bola, minha copa é meu emprego, sozinho, na raça, mas na final eu chego.

No aconchego do barraco escrevendo a letra. Brasil é penta, mas no meu peito não tem estrela. Para tê-la eu preciso correr um milhão, mantendo a mente concentrada e o meu pé no chão. Não é em vão se a luta é por amor. No caminho eu errei, levantei, tentarei de novo. Cansei do povo amedrontado na rua, uma polícia violenta e uma rotina dura, tomando dura dos home e do patrão no trabalho. Fim do dia cansado, sem energia no barraco, foi cortada a esperança de melhora, voltando pra realidade, acabou a Copa.

Por tantas coisas que deixamos de viver, pelos sabores que deixamos de apreciar, pelos lugares que deixamos de conhecer, numa vida em que se espera pela eternidade.

Por mais que eu me esforce, não consigo a luz daqui, e é por isso que se anda pra frente na vida. Na minha história quero o amor pra deixar escrito, em cada pedra da cidade que eu tentei ser feliz, que eu não fui preso, não cheirei, que eu não matei... não morri. Que apesar de tanto ódio eu também sorri, eu vi num sonho a era de um futuro bom. Eu quero um tempo pra amar, já to cansado de ódio, da grade, corrente, mente enclausurada, espírito sofrido e o coração torturado.

Ambição destruindo com tudo, traição nas amizades, o mundo ardendo em vaidade que deprava, se trava na terra uma guerra, só deslealdade. Batalho pelo time, mas eu quero o necessário! Repare que esse é o pensamento no gueto, mas se você prova do luxo, logo muda o conceito. É... longe de mim amaldiçoar o que desejo, não posso ser mais um maluco a cair no erro. Senhor! Sei que todos tem o seu lado bom, mas nem sempre é maior que a raiva no coração. E todos que venceram tomei de referência pra mim, são exemplos de vitória que eu tenho que seguir. Senhor da Riqueza, eu não quero o que é seu, mas se tem o que é meu com você, quero que devolva, pode ser? Amigo, não é justo você começar a corrida na terra me pondo na última fila e amarrando minhas pernas.

Por tantas coisas que deixamos de viver, pelos sabores que deixamos de apreciar, pelos lugares que deixamos conhecer, numa vida em que se espera pela eternidade.

Dyskreto é rapper, ativista cultural e coordenador da Central Única das Favelas de Goiás  (www.twitter.com/Dyskreto)

*Artigo publicado no DM Revista do jornal Diário da Manhã, edição de quinta-feira, 25 de novembro de 2010.

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