Agepel vira secretaria?

Não resta duvida que a cultura em Goiás deu sinais de vida e esta querendo sair do coma desde seu nascimento, muita coisa tem melhorado, não diria que ta perfeito, ainda somos um estado muito tradicional e engessado, mas a coisa parece querer mudar. A classe cultural se organiza um pouco melhor, buscou se politizar, cresceu em numero e consequentemente aumentou a pressão.  Pressão nas reuniões, redes, fóruns, conselhos, na internet  e também na rua, exemplo disso foi o expressivo Rock pelo Niemeyer que em suas duas edições juntou mais de 6 mil pessoas em prol de um objetivo, defender a cultura como prioridade em Goiás. Naquele momento o poder e as pessoas publicas sentiram que dali pra frente iriam sempre ter que ouvir a classe, isso é muito bom. Tanto é que o até então, naquela ocasião, candidato ao governo, Marconi Perillo foi sabatinado por varias entidades culturais e sociais, sobre qual seria sua visão de cultura para nosso estado.

Acho que os elitistas culturais do eruditismo e MPB classe A que sempre dominaram essas secretarias estão de cabelo em pé porque a molecada invadiu mesmo! Mas não é de assustar, vamos todos comer o pudim, mas uma fatia para cada um, e não o pudim todo. Uma batalha vencida nessa guerra cultural.

Mas outras batalhas virão, e hoje, talvez a maior batalha talvez seja para que a AGEPEL, que hoje é uma agencia de cultura, se torne uma SECRETARIA de cultura de fato. Apesar de a AGEPEL ter status de secretaria, ela ainda não é. E isso influencia diretamente em todo o processo e evolução da cultura em Goiás. Vou dizer apenas os motivos que sei, como leigo que sou.

Primeiramente, hoje o orçamento da AGEPEL é vinculado à secretaria de educação, tá lá garantido, mas oficialmente subordinado a outra secretaria. Isso pelo fato dela ser uma agencia e não poder ficar desvinculada ao estado, ficar solta, enfim, não sei o termo técnico para isso.
Se não me engano, Isso automaticamente inviabiliza o estado de Goiás de participar plenamente do Plano nacional de cultura e trazer recursos federais maiores do MINC via AGEPEL (que já teria que ser secretaria de Cultura de Goiás) e aplicar estes recursos junto com a classe cultural goiana para que inúmeras atividades e projetos sejam viabilizados. Ou seja, estamos perdendo uma oportunidade de melhorar ainda mais nosso cenário cultural.

Alem do que, não ser oficialmente secretaria de cultura, deixa faltando uma pontinha de prestigio ao estado e ao Presidente da AGEPEL, que não é secretario de cultura no nome, apesar de ser na prática. Já pensou no símbolo de respeito com a classe cultural se AGEPEL vira secretaria? Poxa vida! Se o governador, que até aqui tem sido um homem ágil e de visão estratégica, conseguir fazer esta entrega a sociedade, ele ganha moral da geral. E nesse pacote entra até oposição porque vai ser inegável o fato de que essa transformação é uma coisa muito necessária e positiva.

E ainda me metendo no que não entendo direito, acho que isso também funcionaria muito bem na AGEL (esporte e lazer) e GOIAS TURISMO, que colheria os mesmos louros da cultura numa mudança desta natureza.  Enfim, sou eu me atrevendo a palpitar, e parabenizar a classe cultural que tem se organizado cada dia mais, com independência e protagonismo.
Quanto a AGEPEL, também é preciso reconhecer que o Niemeyer foi reaberto, que a Lei Goyazes melhorou, a equipe foi oxigenada e tem chance de sair do "potencial" que tem, e virar uma "potencia". Resta agora a iniciativa privada do estado assimilar "a cultura de se investir em cultura", como a Vivo que esteve esta semana debatendo com a classe suas posições quanto a Apoio Cultural.

Muita coisa massa rolando né? Vamos construindo e tomara que o Governador opte por este avanço. Outro detalhe, Ei deputados estaduais que assumiram! Que pouco dialogam com a cultura, Atenção!  Comecem a receber a classe cultural, e se juntem aos que se Indagam: AGEPEL... AGENCIA OU SECRETARIA?  Abraços. 

Dyskreto é rapper, ativista cultural e coordenador da Central Única das Favelas de Goiás  (www.twitter.com/Dyskreto)

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